21 de dezembro de 2007

A arte da Capoeira

Campo Novo do Parecis conheceu esta arte afro-brasileira reconhecida mundialmente como Capoeira através do professor Sérgio, no ano de 1999. Apelidado na Capoeira como “Sérjão”, o mesmo conseguiu realizar um bom trabalho dentro do município, e dois anos depois teve que se ausentar deixando um de seus alunos dando continuidade ao trabalho, o Instrutor Anderson Cleiton “Buchinha”. Este permaneceu nas atividades até o ano de 2004, cedendo lugar ao Instrutor Maurício “Facão”. Atualmente o município tem um belo trabalho com o Centro Educacional de Apoio e Desenvolvimento Cultural Aruandê Capoeira. O Centro Cultural Aruandê tem como objetivo resgatar, valorizar e difundir os fundamentos da Capoeira, que nada mais é que uma manifestação cultural brasileira.

A capoeira está implementada no Núcleo Central de Oficinas e nos Projetos Gira Sol e Projeto Aplauso dando assim oportunidade a todos que desejam conhecer um pouco mais sobre esta arte. Ela oferece vários benefícios aos arte-educandos como, por exemplo, benefícios psicológicos desenvolvidos: atenção, percepção, criatividade, persistência, capacidade de iniciativa, coragem e segurança. Esta atividade pode desenvolver nos arte-educandos respeito por uma hierarquia e sua inserção na sociedade, ajudando também os jovens a ter um bom direcionamento em sua vida. Campo Novo do Parecis esta inserida no mundo da Capoeira.

Um pouco da História... O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar. Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galhetas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao contrário do que muitos pensam os negros não aceitaram pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas dessa resistência foi o quilombo; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formada. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira. Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeita, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecesse uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira pode se desenvolver como forma de resistência. Do campo para a cidade a Capoeira ganhou a malícia dos escravos de 'ganho' e dos freqüentadores da zona portuária. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas. De lá para cá a Capoeira Angola aperfeiçoou-se na Bahia mantendo fidelidade às tradições, graças principalmente ao seu grande guru, Mestre Pastinha , que jogou Capoeira até os 79 anos, formando gerações de angoleiros.

19 de dezembro de 2007

Aspectos Históricos

O Município de Campo Novo do Parecis tem em seus aspectos históricos relações diretas com a história do Mal. Cândido Rondon. Em 1907, Cândido Rondon passou pela região em busca do Rio Juruena, atingiu o Rio Verde e seguiu para o norte em busca do Salto Utiariti, fronteando o sítio onde nasceria o futuro município.
O território de Campo Novo do Parecis foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linha telegráfica: uma para oeste rumando para Utiariti e Juruena e outra para leste, em busca de Capanema e Ponte de Pedra.
Em fins de janeiro de 1914, o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt, passou defronte ao sítio de Campo Novo do Parecis, em viagem pela Amazônia, em Companhia de Rondon.
A ocupação efetiva da região deu-se na década de setenta, com abertura de fazendas e a instalação de famílias de migrantes vindos de estados sulistas. No lugar da futura cidade, à beira da estrada entre Diamantino e Utiariti assentaram-se diversas famílias. O local formava um cotovelo no ponto de encontro das retas conhecidas pelas denominações de Caitetu e Taquarinha.
Primeiramente a localidade foi chamada de Campos Novos, denominação que se confundia com a estação telegráfica de Rondon, na região de Vilhena. Aos poucos, o nome foi mudado para Campo Novo e em 1981, foi feita doação de 293 hectares de terras para formação de um patrimônio, com essa denominação.
A Lei nº 5.315, de 04 de julho de 1988, criou o município, já com o nome atual de Campo Novo do Parecis.

Cultura Paresí-Haliti

“Eu tenho uma história sobre o povo Paresi, seu surgimento na Chapada dos Parecis.
Muitos anos atrás, eu acho que na formação da Terra e do Céu, a história conta que os mais velhos dizem que os Paresi moravam numa rocha fechada, sem janela, sem nada, mas dentro da rocha a multidão dos Paresi viviam muito alegres, sempre faziam festa. Só Deus que existia naquela época, aqui na terra não existia nada de pessoas humana.
Mas um dia Deus ouviu aquele barulho lá embaixo da rocha, então Deus deu uma rajada e abriu um buraco e viu que havia gente desmaiada, assim deitada, quase morta, lá embaixo. Deus pensou que eram pessoas inocentes que poderiam ter saído da rocha para habitar na terra. Depois, no dia seguinte, alguém viu o buraco aberto lá em cima e saiu, vendo o mundo lindo e as flores perfumadas; e tinha cada flor, cores diferentes e muitas outras coisas bonitas que existiam na terra. Retornando para embaixo da rocha, contou para as outras pessoas:
Eu vi uma coisa linda na minha vida. Vi o mundo lindo cheio de flores perfumadas. Gostei muito. Os amigos dele não concordavam e não acreditavam. Mas ele mostrou a flor que levou da terra e os amigos deliraram com tanta beleza e perfume. E acreditaram no que ele viu e começaram a abrir mais buracos para poderem sair dali. Então fizeram mais buracos, abriram, abriram... E assim os Paresi saíram da rocha para fora. Gostaram muito das coisas do mundo exterior e começaram a viver, fazer filhos, filhas, e assim os Paresi se multiplicaram na terra, vivendo até hoje no mesmo lugar.
Alguém já foi naquele local onde os Paresi saíram, e disse que ainda tem o sinal na rocha.
Achei linda esta história, pois Deus estava com eles, abrindo um buraco para os Paresi saírem. A partir daí que os Paresi entenderam que existe um Deus verdadeiro. E essa foi a história dos Paresi.” (Alinor Alves Zezonai, 47 anos, Professor Aldeia Felicidade) Esta é uma versão atualizada do mito de origem Paresi. O mito revela quem são os Paresi, dizendo das coisas que eles gostam muito: do mundo, do espaço onde vivem, das cores e dos perfumes das flores, da diversidade e da beleza das coisas da terra; gostaram muito de ver os animais se multiplicando e começaram a se multiplicar, vendo-os. E como acharam linda a vida, acham linda essa história. A língua Paresi pertence à família Aruâr, que se encontra distribuída desde a região guianesa até Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso, seus parentes lingüísticos são os Enawenê-Nawê (impropriamente também chamados Salumã), que imemorialmente habitam a região do Rio Juruena à Serra do Norte, e os Waurá, os Mehinarú e os Yawalopití, todos estes alto-xinguanos. Como os demais grupos Aruâr, os Paresi são agricultores e ceramistas. Atualmente eles são conhecidos como bons artesãos de bolas coloridas de mangaba, de bem acabados cestos e espanadores de pena de ema.
Eles se auto denominam Haliti que em português quer dizer “gente”, gente como eles. Haliti também estabelece uma oposição definida muito clara em relação ao “branco” a quem denomina imóti.
A palavra imóti está relacionada com wámuti que se refere a “gente do morro” que pode ser boa ou má, mas que é feiticeira. De acordo com o mito, os feiticeiros moram no morro de onde saem para tentar destruir o mundo. As aldeias Paresi são relativamente autônomas, política e economicamente. Se outrora, os líderes eram somente fundadores de aldeias, além dos Xamãs, hoje há grupos que elegem a sua liderança. Dentre os atributos buscados e valorizados nesses novos líderes, tem-se a capacidade de transitar em um contexto intercultural, se movimentar no “mundo dos brancos” e falar a língua para poder explicar para a comunidade tudo o que se passa. Nesta categoria de novos líderes estão: professor(a), o(a) agente de saúde, o(a) líder religioso(a) (em termos de religião dos brancos), o motorista, contudo as chamadas lideranças tradicionais como os caciques, Xamãs e cantores das festas de chicha. Quanto aos professores muitos afirmam que sempre tem alguém que não gosta muito deles. Alguns revelam sobre a relação professor/cacique: “Acontece que a escola é coisa de branco, não é coisa de índio, e o professor disputa poder com o cacique. Tem muito cacique, capitão, que não gosta de professor.” Os Paresi que atualmente vivem na Área Indígena são descendentes de inter-casamentos consecutivos entre representantes de sub-grupos distintos: Raxiniti, Waimaré, Rawáti, Wareré, e os Rozarini. Os Rozarini hoje constituem maior parcela na composição do grupo. Exceção feita as aldeias do Bacaval, Formoso, Sacre onde a maioria da população se identifica como Waimaré.
A população Paresi hoje é da ordem de 1.200 pessoas, distribuídas em 29 aldeias espalhadas nas Áreas Indígenas a eles destinadas. Assim a população média de suas aldeias é de 41,37 habitantes. As terras indígenas Paresi localizadas somam mais de um milhão de hectares. Três delas estão no município de Tangará da Serra: Paresi, Formoso e Estivadinho. Nas sociedades indígenas, não há sítios, fazendas, fábricas, empresas, lojas com seus respectivos donos. Os índios vivem na terra e dos recursos que ela oferece. E a terra é do conjunto de pessoas que vivem em cada aldeia. É porque um índio é membro de uma sociedade que ele tem o direito de usar a terra e tirar proveito dela para o seu sustento. A posse da terra é, portanto, coletiva. Como não há donos da terra, também não há empregados. Todos são igualmente donos e trabalhadores. É pelo trabalho que uma pessoa índia se apropria da terra e de seus frutos. Pelo trabalho, ele abre a sua roça e com os produtos de seu trabalho é que ele sobrevive. Seja porque os consome diretamente, seja porque os troca por outros, através dos canais de parentesco, rituais, etc.

Conselho Municipal de Cultura

O Conselho Municipal de Cultura de Campo Novo do Parecis, criado pela Lei Municipal nº. 732 de 30 de março de 2000, é um órgão de deliberação colegiada e de assessoramento municipal nas questões relacionadas com a Política Municipal de Cultura, vinculado à Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
É o Conselho Municipal de Cultura que mantêm atualizados os dados do Censo Cultural, que é um levantamento de toda a produção artístico-cultural presente em Campo Novo do Parecis, e oferece o direcionamento para a implementação de todos os projetos do Departamento de Cultura através da Ação Cultural.
Sistema Municipal de Cultura
Secretaria Municipal de Educação e Cultura
Rua São Paulo, 723 – Centro
Fones: (65) 3904 2112/2117
Secretária Municipal de Educação e Cultura
Maria Beatriz Ramos Milanezzi de Paula
Departamento de Cultura
Rua Severino Euflasino de Lima, 1206 NE – Nossa Senhora Aparecida
Fone: (65) 3904 2095
Diretor de Cultura
Vanderlei César Guollo
Conselho Municipal de Cultura
Rua Severino Euflasino de Lima, 1206 NE – Nossa Senhora Aparecida
Fone: (65) 3904 2095
Presidente do Conselho Municipal de Cultura
Silvia Regina Schneiders
Secretária Executiva do Conselho
A definir
Estrutura Representativa do CMC
Área de representação do Executivo Municipal
Indicados pelo Prefeito Municipal
3 conselheiros titulares e 3 suplentes
Área de representação das Sociedades Civis Organizadas
Indicados pelo Fórum de Entidades
3 conselheiros titulares e 3 suplentes
Área dos Produtores Culturais
Indicados pelo Fórum de Artistas
3 conselheiros titulares e 3 suplentes

Eventos Culturais

Os Eventos Culturais objetivam resgatar, promover e difundir a cultura de Campo Novo do Parecis. Na área específica de eventos e divulgação das manifestações culturais, são áreas de atuação do Departamento de Cultura:
Elaboração do Calendário Anual de Eventos
Noites Culturais
Noites Teatrais
Noites Musicais
Parecis Mostra Cultura
Espetáculos de Dança
ExpoArtes
Noites de Autógrafos
Desfile Festivo de O4 de Julho
Parada Cívica de 07 de Setembro
Feiras literárias e Campanhas de livros
Recitais de Poesias
Recitais de Música
Mostra Parecis de Danças
Mostra Cerrado de Música
Palco de Leitura
Salão de Primavera
FEsTeatro
Cantata de Natal
Noite de Paz e Luz
Além disso o município tem participado de intercâmbios culturais, e promoção de eventos em parceria com Entidades e Grupos folclóricos e artístico-culturais:
Festa Internacional do Pantanal
FEMUTE - Festival Municipal de Teatro
Mostras de Teatro do Pólo Médio Norte
Festivais Mato-grossenses de Teatro
Literamérica
Festival de Capoeira
Festival Mato-grossense de Danças de Rondonópolis
Mostra Internacional de Danças de Mato Grosso
Tanfest – Festival da Música Inédita de Tangará da Serra
FEFOLTAN - Festival do Folclore de Tangará da Serra
Concurso de Performance do Pólo Médio Norte de Teatro
Encontro de Danças de Tangará da Serra e Nova Olímpia
Mostra Cultural de Sapezal

Artes Plásticas

As artes visuais, além das formas plásticas tradicionais – Pintura, Escultura, Desenho, Gravura e Modelagem, incluem outras modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas a partir da modernidade – as Gráficas, a Fotografia e a Performance. Cada uma dessas artes é utilizada de modo particular e em várias possibilidades de combinações entre imagens, por intermédio das quais os arte-educandos podem expressar-se e comunicar-se entre si de diferentes maneiras, necessitando principalmente, uma educação para saber perceber e distinguir sentimentos, sensações, idéias e qualidades. Tal aprendizagem pode favorecer compreensões mais amplas para que o aluno desenvolva sua sensibilidade, afetividade e seus conceitos e se posicione criticamente.
A educação em artes visuais requer trabalho continuamente informado sobre os conteúdos e experiências relacionados aos materiais, às técnicas e às formas plásticas de diversos momentos da história, inclusive contemporâneos. Para tanto, as Oficinas devem colaborar para que os arte-educandos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e em grupo. No Departamento de Cultura estão implementadas as Oficinas de Pintura em Tela e Desenho com Grafite.
Pintura em Tela e Desenho com Grafite
Criar e perceber formas visuais e plásticas implica trabalhar freqüentemente com as relações entre os elementos que as compõem, tais como: ponto; linha; plano; forma; textura; volume; cor; luz; movimento; ritmo; equilíbrio. A articulação desses elementos nas imagens dá origem à configuração de códigos que se transformam ao longo dos tempos. Tais normas de formação das imagens podem ser assimiladas pelos alunos como conhecimento e aplicação prática recriadora e atualizada em seus trabalhos, conforme seus projetos demandem e sua sensibilidade e condições de concretizá-los permitam.
Além disso, é preciso considerar as técnicas, procedimentos, informações históricas, produtores, relações culturais e sociais envolvidas na experiência que darão suporte às suas representações sobre arte. A Oficina de Pintura em Tela oferecida pelo Departamento de Cultura atende mais de 60 arte-educandos, uma vez por semana com duração de 4h para cada turma.
A Oficina de Desenho com Grafite oferecida pelo Departamento de Cultura atende mais de 70 arte-educandos, duas vezes por semana.

Artes Musicais

Violão e Guitarra
O Violão e a Guitarra figuram entre os mais importantes instrumentos musicais do Brasil e do mundo, e as músicas produzidas nesses instrumentos são responsáveis por uma parcela significativa da produção musical do país. Esses instrumentos constituem um manancial de possibilidades, permitindo que os arte-educandos possam elaborar hipóteses a respeito do grau de precisão necessário para a harmonia, melodia e ritmo.
As oficinas de Violão e Guitarra oferecem ainda a oportunidade de aprendizagem da música, formando cidadãos ativos como ouvintes e intérpretes, aprendendo a valorizar os momentos importantes em que a música e som desses instrumentos se inscrevem no tempo e na história.
Teclado
A Oficina de Teclado proporciona aos arte-educandos as primeiras noções do contexto musical, e são realizadas dentro de um espírito dinâmico, sensorial e afetivo, e estas faculdades harmonizadas entre si, contribuem para o desenvolvimento de toda a personalidade.
Basicamente o termo teclado se refere à um teclado com recursos eletrônicos de última geração, o que há de mais moderno em tecnologia e eletrônica. Porém sua história é bem antiga e somente hoje é que os avanços da eletrônica passam a colaborar com a música, fazendo parte de instrumentos musicais e de efeito (reverber, distorção, chorus etc.) inimagináveis no começo do século. De certa forma, podemos considerar o teclado como sendo um instrumento musical e um computador, na verdade ele está mais próximo de um computador do que de um antigo e original piano.
Banda Municipal de Percussão
A Fanfarra Municipal, criada em 1992 e transformada em 2005 na Banda Municipal de Percussão de Campo Novo do Parecis, através do excelente trabalho do Instrutor Ricardo Grachecki Vilas Boas Bassani, além de oferecer aos jovens as primeiras noções do contexto musical, tem a função de proporcionar o senso de cooperação, de induzir os jovens ao garbo e à disciplina e, o que é mais importante, ensina-os a reverenciar os símbolos pátrios. O Método de ensino é bastante dinâmico, permitindo ao arte-educando a liberdade de expressão, podendo desenvolver suas próprias técnicas dentro das metas estabelecidas pelo instrutor.
Além disso, a Banda de Percussão cumpre outras valiosas missões – a de agregar a população em torno de si para conviver numa atmosfera de alegria e congraçamento, aprendendo a cultivar as mais valiosas tradições culturais da comunidade.
A Banda Municipal de Percussão de Campo Novo do Parecis possui 70 componentes, divididos em instrumentais, corpo coreográfico e comissão de frente.
A Banda conta com uma diversidade de instrumentos percussivos que vão desde o surdo até o quadriton e seu repertório inclui vários ritmos que são: o axé, samba, pagode, samba-reggae, forró, MPB e os principais hinos pátrios.

18 de dezembro de 2007

Artes Cênicas - Danças

A atividade da dança pode desenvolver nos arte-educandos a compreensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim, poderá usá-lo expressivamente com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade.
Um dos objetivos educacionais da dança é a compreensão da estrutura e do funcionamento corporal e a investigação do movimento humano. Esses conhecimentos devem ser articulados com a percepção de espaço, peso e tempo.
Balé
O Ballet Clássico é a base de todas as outras modalidades, pode ser aprendido desde os primeiros anos de vida até a idade avançada. Serve como manutenção da saúde, na qualidade de vida do ser humano, pois além de incentivar a postura e a elegância, também serve para corrigir desvios posturais e problemas nos joelhos e pés, sem falar na elevação da auto-estima das crianças que estão no meio de um processo de construção das suas estruturas emocionais, desenvolvendo nestas, melhor adaptação social.
Nas oficinas o uso do uniforme está ligado à disciplina, cada nível tem seu respectivo uniforme. O importante é que as roupas, sapatos e acessórios sejam confortáveis e permitam a realização dos movimentos.
O Departamento de Cultura oferece este estilo de dança no Núcleo Central e no Projeto Aplauso.
Baby Class (4 a 7 anos)
Estímulo aos primeiros passos, onde as crianças criam seus próprios movimentos, descobrem seu corpo, preparam o controle-motor, a musicalidade e depois vão sendo introduzidas as técnicas do balé clássico.
Ballet Cisne (a partir dos 8 anos)
Neste nível a técnica de dança clássica é mais exigida do que no nível anterior. Desenvolve concentração, disciplina e equilíbrio aliado às técnicas de barra, solo e alongamento, fortalecendo a musculatura dos arte-educandos.
Balé Cisne Negro (Pontas)
A técnica é mais difundida, mostrando a habilidade técnica e virtuosa, com seqüências complicadas de passos, giros e saltos.
Um pouco da História... Nasceu há cerca de 500 anos na Itália onde, junto a outros tipos de arte, divertia a nobreza da época. Ao tornar-se rainha da França por casar com o rei Henrique II, a italiana Catarina de Médicis introduziu o ballet na corte francesa. A partir daí, os espetáculos passam a ter mais regularidade e começam a ser aprimorados. No reinado de Luis XIV, ganha enorme popularidade por ser este rei um bailarino e amante das artes. Em 1661, Luis XIV funda a academia real de ballet e academia real de música e, mais tarde, a escola nacional de ballet. Foi nesta época, através do professor Pierre Beauchamp, que nasceram as cinco posições dos pés que servem de base até hoje para o aprendizado acadêmico do ballet clássico.
Jazz
O jazz é uma forma de expressão pessoal criada e sustentada pelo improviso. Também é oferecido este estilo de dança pelo Departamento de Cultura, onde o mesmo está implementado em Oficinas no Núcleo Chapada e Projeto Aplauso.
Um pouco da História...
Na sua origem a Dança Jazz tem raízes essencialmente populares. Com uma evolução inicial paralela à da música jazz, surgiu nos EUA no final do século passado. Pode-se afirmar, inclusive, que nasceu diretamente da cultura negra.
No início, nas viagens dos navios negreiros da África para os Estados Unidos, os negros que não morriam de doenças eram obrigados a dançar para manterem a saúde. As danças tradicionais dos senhores brancos eram as polcas, as valsas e as quadrilhas, e os negros os imitavam para ridicularizá-los, mas dançavam de acordo com a visão que tinham da cultura européia, e misturando um pouco com as danças que conheciam, utilizando instrumentos de sua cultura. Dessa forma, surgiu o jazz, que era uma mistura da imitação dos ritmos europeus com os costumes naturais dos negros.
As diferentes técnicas do Jazz têm demonstrado que muitos princípios foram herdados do Ballet Clássico e da Dança Moderna, e alguns professores têm divulgado e desenvolvido seus métodos de fundamentação técnica para a formação do bailarino cada vez mais eclético. Não se sabe qual será seu futuro e suas novas influências, mas o que se pode afirmar é que até hoje, o jazz tem sido uma das formas mais importantes de expressão.
Danças do Ventre
O Departamento de Cultura oferece ainda a Oficina de Danças do Ventre, que é uma dança feita exclusivamente para o corpo feminino. É dançada com os pés descalços, sendo caracterizada por movimentos sensuais.
Nas aulas são desenvolvidas as técnicas de quadril que integra corpo e mente e exercícios de condicionamento físico ampliando a capacidade de movimentos, equilíbrio e consciência corporal.O Departamento de Cultura oferece este estilo no Núcleo Central.
Um pouco da História... Dança folclórica que retrata a música, sentimentos e a cultura de um povo de origem estrangeira, que ganharam espaço e se estabeleceram em muitos lugares do Brasil. Sua origem não é precisa. Alguns historiadores acreditam que esta dança nasceu na Grécia, outros afirmam ter sido o Egito o berço dessa arte onde provavelmente se desenvolveu durante os rituais de sacerdotisas em tributos a deusa Ísis e depois em festividades populares, propagando-se por todo Oriente Médio e daí para o resto do mundo. As apresentações desses estilos de dança são sempre marcadas pela transparência dos véus e colorido das roupas, e algumas dançarinas utilizam acessórios como cobras, velas, espadas e candelabros. Uma certa magia se instala no momento das apresentações onde os corpos se expressam através do ritmo característico, e os sorrisos abrilhantam e envolvem a todos numa viagem através dessa cultura milenar.
Dança de Rua
O estilo mais procurado pelos arte-educandos na área da dança oferecido pelo Departamento de Cultura é a Dança de Rua, que tem revelado alguns talentos nessa área. Esses resultados podem ser medidos principalmente durante a participação dos grupos em Encontros, Mostras e Festivais de Dança, tanto em nível municipal como estadual, alcançando sempre as melhores colocações.
O Departamento de Cultura oferece este estilo no Núcleo Central e Núcleo Chapada e no Projeto Aplauso.
Um pouco da História...
As primeiras manifestações surgiram na época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando os músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram desempregados e foram para as ruas fazer seus shows. Em 1967, o cantor James Brown lançou essa dança através do Funk.
O Break, uma das vertentes do Street Dance, explodiu nos EUA em 1981 e se expandiu mundialmente, sendo que, no Brasil, devido à sua cultura, os dançarinos incorporaram novos elementos de dança. Em janeiro de 1991, foi criado na cidade de Santos, o primeiro curso de “Dança de Rua” no Brasil, idealizado e introduzido pelo coreógrafo e bailarino Marcelo Cirino, baseado em trabalho prático e de pesquisa, desde 1982. O curso virou projeto e para alguns “religião”, sempre com o apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Santos. Hoje sua repercussão mundial retrata o reconhecimento do trabalho e não um simples modismo.

Artes Cênicas - Teatro

O ato de dramatizar está potencialmente contido em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade. A dramatização acompanha o desenvolvimento do indivíduo como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ele e o meio ambiente. Essa atividade evolui do jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo.
As oficinas de Teatro no contexto de arte-educação propõem-se a oportunizar a auto-expressão do aluno, desenvolvendo-lhe, numa seqüência gradativa: Espontaneidade; Imaginação; Observação; Percepção, e, conseqüentemente, a criatividade.
Estas atividades dramáticas são planejadas de acordo com a realidade e necessidade de cada arte-educando, e requer não somente a participação destes, mas também congregam as mais diversas formas de expressão, numa grande difusão de conhecimentos e pesquisas para se alcançar os objetivos propostos.
Estas atividades são executadas através dos jogos de descoberta - o Movimento, o Som e o Espaço, e compreendem as seguintes etapas: Estímulo; Sensibilização; e Roteiro - este apresenta de forma esquemática a seqüência de desenvolvimento das atividades dramáticas, com os respectivos elementos essenciais de expressão e comunicação para uma boa Montagem Cênica.
A Avaliação destas atividades se dá principalmente através de três ações: Atuar; Observar; e Criticar, explicando os porquês, através da Iniciação à Crítica. Tais ações são fundamentais para a formação da personalidade do arte-educando, o qual adquire ao mesmo tempo, domínio da linguagem gestual e verbal.

Sítios Arqueológicos

Contexto Regional de Ocupações Humanas
Até o momento são conhecidos 20 sítios na região do vale do rio Juruena, que integra a bacia do rio do Sangue. Destes 20 sítios, 8 correspondem à categoria de líticos lascados (ou seja, sítios que apresentam exclusivamente vestígios em pedra lascada), 8 correspondem à categoria de sítios cerâmicos a céu aberto (ou seja, sítios que apresentam como principal vestígio uma indústria de vasilhas e outros implementos cerâmicos, podendo estar associada a uma indústria lítica lascada e/ou polida), 2 sítios são em abrigo (com gravuras rupestres), 1 sítio corresponde a uma aldeia indígena abandonada em período histórico e outro sítio é histórico, estando representado por um antigo posto telegráfico da Missão Rondon.
Embora certamente correspondendo a uma pequena amostragem do real número de sítios que o vale do Juruena possui (a julgar pelo padrão de ocorrências arqueológicas presente em todo o estado do Mato Grosso, e mesmo do Brasil como um todo), esses 20 sítios indicam que diferentes cenários de ocupação humana se desenvolveram na região ao longo do tempo.

Abrigo do Pilger
Este sítio tem grande potencial científico arqueológico e etno-histórico, uma vez que corresponde a um local de uso simbólico da população indígena Paresi (Robrahn-González 2001).
O abrigo tem 20 m de largura por 15 m de profundidade, com dois “salões” em seu interior, que tornam o ambiente espaçoso e totalmente protegido da chuva e do sol. O solo em seu interior é um sedimento arenoso, seco, pouco perturbado, com vários pequenos blocos caídos do teto. Uma de suas paredes laterais está repleta de inscrições por um trecho de cerca de 9 m de extensão. Os petróglifos saem desde o nível do solo até o teto, que alcança alturas entre 1,7/2,0 m. Porém, os grafismos não se limitam às paredes. Há pelo menos um pequeno bloco no solo, solto, com inscrições.
As manifestações rupestres ocorrem na forma de gravuras feitas a partir da abrasão das friáveis superfícies de arenito do abrigo com auxílio de um objeto mais resistente. As paredes e blocos foram sendo riscados, criando sulcos na forma de desenhos.
A temática básica desses grafismos é de motivos geométricos, resultado da combinação de traços, curvas, círculos, zigue-zagues e pontos, onde foi possível observar a sobreposição dos traços que indicam uma sucessão temporal na elaboração dos grafismos. Entretanto existe também a presença de pelo menos uma figura zoomorfa, que aparenta ser uma víbora, e pelo menos 2 pequenos pés humanos.
Os significados preliminares desses grafismos haviam sido arrolados em etapa de campo anterior e passaram a ser objeto de uma pesquisa desenvolvida por Flavia Moi (2003). Neste primeiro momento, foi possível correlacionar vários desses símbolos com a cultura material dessa etnia. Segundo vários dos informantes Paresi, alguns desses símbolos estariam relacionados a instrumentos de caça: confecção de um cesto de carga de carne, trama de uma cestaria de carga, e trama de um escudo utilizado pelos Paresi para se camuflarem durante a caçada.
No decorrer das prospecções para este trabalho houve uma volta a este abrigo na companhia de Rony Walter Azoinayce Paresi – índio Paresi convidado a visitar o abrigo rupestre. Esse informante, que desconhecia a existência do abrigo e das inscrições rupestres, confirmou os primeiros resultados da pesquisa e reconheceu outros desenhos como estando associados a aspectos imateriais e simbólicos da cultura Paresi.
Entre eles teríamos o “sol nascente” (kamâe), a “escada em que a lua subiu” (takwahidyo), as “pernas de gafanhoto” (ktxitza kano tari) ou o “ombro do urubu” (olohoê-tyakoli). Por fim, teríamos ainda a representação do que seriam grafismos clânicos.

Ação Cultural

O município de Campo Novo do Parecis possui uma cultura muito rica onde se mesclam as tradições indígenas e a miscigenação de seus habitantes que aqui trazem os costumes herdados de seus antepassados e de suas cidades de origem. Essa miscigenação gera uma nova cultura nessa região e o Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura é o órgão que trabalha especificamente para a revitalização, preservação e divulgação desta riqueza cultural. Campo Novo do Parecis desenvolve diversas ações como Cidade Educadora, e a Cultura tem desempenhado uma parcela significativa através da preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, da implementação das Oficinas de Arte e da execução de Eventos Culturais.
Missão
Garantir o acesso às fontes culturais e de memória, apoiando e incentivando as artes e a valorização e difusão das manifestações culturais.
Visão
Trabalhar na conscientização e sensibilização da sociedade pareciense para a importância da Cultura como forma de crescimento humano, social e econômico, buscando autosustentabilidade e intercâmbio, além de inserir a produção cultural na economia de mercado, promovendo a geração de empregos, renda e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores das artes e da população.
Patrimônio Cultural
Patrimônio Cultural compreende três categorias de elementos significativos da memória social de um povo ou de uma nação.
A primeira categoria engloba os elementos da natureza; do meio ambiente.
A segunda representa o produto intelectual, a acumulação do conhecimento, do saber, pelo homem no decorrer da história.
A terceira abarca os bens culturais enquanto produtos concretos do homem, resultantes da sua capacidade de sobrevivência ao meio ambiente.
A educação patrimonial vem gerando reflexões e análises sobre a dimensão educativa dos espaços de memória, das diversas manifestações culturais, do folclore, do artesanato, dos sítios arqueológicos, ecológicos e paisagísticos, enfim, dos bens materiais e imateriais que compõem o patrimônio histórico e artístico-cultural do nosso povo.
Na abrangência do Patrimônio Histórico e Cultural em Campo Novo do Parecis, algumas ações têm sido desenvolvidas, como o acompanhamento de arqueólogos e antropólogos em pesquisas nos sítios e abrigos existentes no município, e o apoio a grupos folclóricos e artístico-culturais.
O Departamento de Cultura tem procurado fortalecer a Biblioteca Pública Municipal como um ponto de referência da memória coletiva do homem, catalogando fotos e vídeos de importância histórica para o município através do Projeto Memória. Também têm procurado dinamizá-la através de ações como o Projeto Letra Viva e o Projeto Espaço Criança, cujos enfoques principais são voltados para o incentivo à leitura. A Biblioteca Pública ainda promove eventos como Concursos de Poesias, Noites de Autógrafos, Palcos de Leitura, Exposições Históricas e Feiras de Antiguidade.
Oficinas de Arte
As Oficinas de Arte visam oferecer aos arte-educandos a oportunidade de auto-expressão, desenvolvendo-lhes a sensibilidade, a criatividade, a espontaneidade, a imaginação, a percepção e a criticidade.
As Oficinas de Arte envolvem 10 (dez) profissionais que atendem mais de 2.400 arte-educandos gratuitamente nos Núcleos de Oficinas implementados no Departamento de Cultura, nos Distritos de Itamarati Norte e Marechal Rondon, na EMEF Chapada e na EMEF 04 de Julho. O Departamento de Cultura também apóia projetos sociais e educacionais como o Projeto Gira Sol e o Projeto Aplausos, ambos de atenção integral à criança e ao adolescente.
Eventos culturais
Os Eventos Culturais objetivam resgatar, promover e difundir a cultura de Campo Novo do Parecis. Os principais eventos culturais realizados no município são Noites Culturais e Expoartes, ParêFolia – Carnaval da Folia, Festival de Cultura e Jogos Indígenas, Parecis Mostra Cultura, Festeatro - Festival Estudantil de Teatro, Salão de Primavera, Mostra Cerrado de Música, Festicampo - Festival de Música, Festival Parecis de Danças, Femute - Festival Regional de Teatro, Espetáculo de Danças, Recital de Natal e Noite de Paz e Luz. Além disso, o município tem participado e promovido Intercâmbios Culturais como Mostras de Teatro do Pólo Médio Norte, Festivais Mato-grossenses de Teatro, Festivais Mato-grossenses de Danças, Festa Internacional do Pantanal, Literamérica, Tanfest – Festival da Música Inédita de Tangará da Serra, Fefoltan – Festival de Folclore de Tangará da Serra e Encontro de Danças de Tangará da Serra e Nova Olímpia.